sábado, 9 de janeiro de 2016

Tira bilhete...

Olá conjunto de pessoas deprimidas que é desinteressante pelo simples facto de ler este blog. Como vai essa rotina animada? Ótimo.

Bom, aquilo que me traz aqui hoje é algo que me deixa realmente com vontade de andar à murraça a um boi e espezinhar-lhe os “quilhões” até que este fale, Português. Trata-se de ética, ou da falta dela neste caso.

Para quem não sabe:

Significado de Ética

s.f. Segmento da filosofia que se dedica à análise das razões que ocasionam, alteram ou orientam a maneira de agir do ser humano, geralmente tendo em conta seus valores morais.

E isto meus amigos, este pedacinho de texto, é aplicável em rigorosamente tudo no nosso quotidiano. É claro que se preferirem ser umas “gandas bestas”, uns bárbaros, podem simplesmente “cagar” - atenção ao sentido figurado, agora metam-se para aí a deixar poias em tudo o que é canto – nesta questão e fazer o que querem e bem vos apetece.

No entanto, e como eu sei que vocês são seres merecidos de extrema admiração, dotados de um civismo fora do comum, vou partilhar esta história com vocês.

Um destes dias levanto-me para ir ao ginásio. Todo motivado e cheio de dores aí vou eu, qual “beep beep”. Equipo-me e chego à passadeira. Eis que após dois minutos de corridinha o telemóvel me caí e, sendo projetado pelo movimento continuo da passadeira, “PÁS” contra a bicicleta que se encontrava atrás das minhas costas. Fiquei logo bem disposto e com vontade de ir para casa comer chocolates.

Após o aquecimento vou fazer o meu treino de pernas. Já eu com um sorriso na cara e “PÁS” telemóvel ao chão, novamente. Fechei os olhos num ato de raiva, dei um festinha e dois beijinhos no dito cujo e vamos embora que as pernas ainda estão frescas.

Estava tudo a correr muito bem, um treino normal sem qualquer tipo de entraves, até ao momento em que vou para o meu último exercício. Este, exigia uma máquina cuja estava a servir de base a uma humilde toalha – como que acabada de ser passada a ferro, impecável. Na minha inocência decidi esperar para não roubar o lugar a ninguém, apesar de “ninguém” ser o sujeito que usufruía da máquina nessa altura.

Fui portanto, e enquanto esperava, fazer outro exercício. Qual não é o meu espanto quando, a meio da minha primeira série, a senhora que estava a fazer outro exercício na outra ponta do ginásio, chega e apodera-se da máquina. Ou seja, foi como que a marcar território qual xixi de cão. Fiquei puto! Pensei para mim - “Chego ali sem ninguém ver, meto-lhe duas bolachas de 15kg e a rótula da velha salta fora”. Decidi esperar.

Passados uns 5 minutos a máquina estava livre, eis que me aproximo e… “ehhh tira mão wé, tira a mão da minha xuxa”. Raio da velha, voltou a sentar-se na máquina.

O mais engraçado é que quando eu acabei o exercício antes começado, a senhora ainda estava sentada no mesmo sítio a ver a televisão que se encontrava na sua frente.


Moral da história. Não sejam assim. E não vão ver televisão para o ginásio. A menos que jogue o Benfica e vocês não possam ver em casa, aí sim.









sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

O Jovem Destas Linhas #MárciaFilipa

761

Passaram 2 anos e 1 mês. Passaram 761 dias. Nunca fui boa a Matemática, mas resolvi amar-te.
Gostava de poder dizer 'estivemos aqui', em vez de dizer 'estive aqui'. Sempre fui boa a Português, mas não soube falar 'amo-te, fica'.
Gostava de voltar a ter o teu corpo, em vez de ser obrigada a decorar cada centímetro dele. Nunca percebi de Anatomia, mas a minha pele sabia a tua.
Gostava de te dizer que sinto a tua falta de todas as maneiras, mas 'saudade' só existe na nossa língua. Dás-me essa língua, para ser nossa e deixar de ser saudade, dás?
Gostava de te bater e, de seguida, beijar-te. O que interessa? Gostava de te beijar. Ponto. Tal como há 761 dias. Há 760 dias escrevi-te um poema e vi-nos numa música. 761 dias depois escrevo-te e choro-nos em cada música.
Por isso, podes olhar-me à beira-mar durante horas para depois só me conseguires beijar na outra ponta do oceano, podes? Nunca percebi de Geografia, mas tenho a certeza que o mundo acabou naquele beijo.
Nunca percebi de Criminologia ou Leis, mas acho que devia ser ilegal amar-te. Pelo menos assim: intensamente, incondicionalmente, eternamente... Ama-me suavemente, com condições e durante tempo limitado (podem ser só 761 dias), mas ama-me.


Márcia Filipa


Ilustração por: Artur Gomes.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O Jovem Destas Linhas #JoãoFrancisco

Parênteses:
Abre-se um parêntese:
Quando me perguntam por ti, nem sei bem dar uma resposta a sério. O problema é que quando eu próprio pergunto por ti, fico com a pergunta pendurada e lá arranjo forma de me alhear. Naturalmente, está tudo bem. Mas, obviamente, está tudo mal. Uma confusão. Nem sei bem se estou a sentir correctamente. Haverá certamente formas correctas e formas erradas de sentir as coisas.
Ficam duas perguntas:
Um: Continuar permanentemente até que, magicamente, os astros se alinhem de forma a clarificar o mundo é uma boa forma de evitar chatices?
Dois: Não fiz nada de mal, pois não?
Entretanto, afortunadamente, há sempre forma de ir conversando. Deveria, contudo, sair-me do espírito a ideia de ter deixado alguns capítulos antigos por escrever.
Fecha-se o parêntese.
João Francisco Gomes


Publicado originalmente a 3 de Novembro de 2014, no periélio.


Ilustração por: Artur Gomes

O Jovem Destas Linhas #2

É com muito prazer que vos apresento a nossa mais recente da rubrica, e confesso, com algum carinho. Apesar de tenra idade, a sua escrita é de facto aliciante. Promete brindar-nos todas as semanas com um dos seus magníficos.

Senhoras e Senhores, com vocês... Márcia Filipa.

"Típica pisciana, sensível e fanática pelo lirismo. Gosta de rock antigo e não dispensa o inexplicável. É uma apreciadora do Inverno e, ironicamente, não gosta da frieza. Admiradora da nudez da alma, gosta do sentimentalismo exagerado e de corpos despidos. Tentou dedicar-se à música, mas os seus dedos só serviam para a escrita... E para outros toques que fizessem sentir... Dona de uma esperança ilimitada e possuidora de uma alma masoquista, crê que a beleza vem do sentimento que desola, magoa e p(arte). Acha piada a paradoxos e, como tal, gosta de vivê-los. Pretende aprender muitas línguas, mas não tem paciência para elas, visto que nenhuma a conquistou como a língua portuguesa. “Sempre me consegui retratar numa folha de papel, mas é difícil escrever na realidade.""

Bons textos Márcia.





segunda-feira, 23 de março de 2015

Diretamente da gaveta #2



Estimadíssimos, parece que saiu mais um extraordinário “Diretamente da gaveta”!

Desta vez, somos presenteados com uma obra esplêndida. Sente-se o sabor da escrita, a leveza da caneta, o amor pela arte. O autor a sair diretamente da gaveta, nesta edição, é senhoras e senhores… Gonçalo M. Tavares.

Gonçalo M. Tavares faz-nos chegar um verdadeiro pitéu do mundo dos livros com “Os velhos também querem viver”. É uma obra absolutamente extraordinária!

Quando nos apercebemos estamos mesmo a dar uma cabeçada, bem valente, na sociedade de hoje em dia. É uma crítica tão real, tão boa, tão bem elaborada que nos leva a refletir sobre as atitudes que espalhamos por aí nos dias que correm, se precisamos ou não de um “refresh”, em alguns compartimentos, da nossa maneira de pensar.

Bolas! Tanta coisa por dizer e este senhor fá-lo tão bem.

O egoísmo a que estamos dispostos é de uma dimensão muito maior que a considerada aceitável. Todos os elementos estão presentes nesta história. A sua escrita tão direta e agressiva é digna de uma grandiosa obra, como é o caso.

Na verdade, e de certa forma, à medida que o tempo vai passando parece que a idade, a uma determinada altura, vai perdendo o seu valor aos poucos. Aí está o egoísmo, a barbaridade, a estupidez, a falar mais alto.

 Gonçalo M. Tavares vem portanto alargar um bocadinho mais o campo de visão ao pessoal.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Casas de banho de mãos dadas

Epá que chatice tentar fazer xixi sempre desconfiado e constrangido e revoltado e depois não dá para fazer xixi porque estamos desconfiados e constrangidos e revoltados.
É assim meus amigos, a malta é toda muito porreira e tal mas no que toca a fazer xixi em locais públicos não respeita a placa “proibido estacionar aqui, possível constrangimento” – já para não falar da “não mijes para o chão besta”.
Parece que é de propósito estes gatunos! Está uma pessoa a aliviar da aflição de há dois minutos atrás num dos vinte urinóis vazios (que são agora dezanove) e aparece um senhor que vem descer as calças para onde? Exato. Da outra vez acho que o senhor até queria fazer xixi no meu urinol.

Mas enquanto as casas de banho são grandes tudo bem, facilmente se finge que se vai lavar as mãos e siga para uma outra estação de serviço. Agora quando se fala de uma casa de banho com dois urinóis apenas… meus estimados, acreditem, não há condições. É como se nos sentíssemos obrigados a ter uma conversa com a pessoa que, enquanto ambos nus da cintura para baixo, nos está a roçar com o braço todo. “Então, como é que isso vai? Estavas à rasca hum? ahah”, epá é do catano. Entretanto temos o senhor terceiro elemento da cena que em vez de aguardar fora da casa de banho biurinonial (inventei, confesso) não, fica mesmo atrás de vocês a espreitar se já acabaram ou estão só a descontrair.


Beijinhos, tenham juízo.

quarta-feira, 4 de março de 2015

O jovem destas linhas

Inicia-se assim mais uma rubrica neste meio blog. "O jovem destas linhas" é um cantinho que nos vai presentear com os mais variadíssimos textos diretamente da mente dos nossos caros autores amadores.

O primeiro jovem destas linhas é João Francisco Gomes.

Apresentação: 

"Aprendi a escrever na escola primária e acho que não teria servido para nada se apenas usasse o meu conhecimento da língua portuguesa para preencher inquéritos, exames e declarações de impostos. Por isso, escrevo outras coisas, tentando o impossível, com o objetivo de agradecer a quem também acha que a língua ainda é a maior arma que temos. Nasci em 1995, em Leiria. Vivo em Lisboa, onde frequento uma licenciatura em jornalismo."

Bons textos João.